Adeus, presidente

Porque ouviste a voz de tua mulher…” (Gn 3,17)

Quando Fernando Henrique Cardoso subiu ao poder, pareceu ser um alívio à ameaça abortista do PT, representada pela candidatura de Lula.

Como católico, (mas antes de tudo como gente), suspirei ao saber que, ao menos por enquanto, não haveria a pretensão de o chefe da nação legalizar o aborto, a eutanásia, o casamento de homossexuais e a prostituição.

Sabia, é verdade, que Fernando Henrique havia feito profissão expressa de ateísmo, mas quem sabe ele teria mudado de idéia?… Minha alegria aumentou quando ele, numa atitude inesperada, vetou a lei 9263/96, do deputado Eduardo Jorge (PT/SP) que pretendia, entre outras coisas, tornar legal a esterilização, tipificada pelo Código Penal como crime.

A maravilhosa notícia do veto à esterilização fez-me pensar, por um momento, que ele era contrário ao aborto. Sim, pois se ele se opusera à mutilação dos órgãos reprodutores, com maior razão se oporia à morte da criança já concebida.

Foi aí que entrou em cena Dona Ruth Cardoso (alguém sabe o nome completo dela?), mostrando-se indignada com a decisão do marido. Amicíssima das feministas que se alimentam dos dólares estrangeiros aqui injetados, Dona Ruth fez o marido recuar. O presidente declarou que teria vetado à esterilização por engano (!) e que desejaria ver seu veto derrubado pelo Congresso.

Com uma estratégia diabolicamente planejada, as feministas conseguiram levar a cabo a missão quase impossível de derrubar o veto presidencial e tornar legal a esterilização do povo brasileiro. Isto se deu no dia 12/8/97.

Dona Ruth, porém, não se contentou com a esterilização. Quis ir além, lutando pela legalização do aborto. Depois de hesitar um pouco, seu marido declarou à imprensa no dia 1/9/97 que estará disposto a sancionar a matança dos inocentes, caso o Congresso assim o queira (Folha de São Paulo, 2/9/97, p.4).

Interessante foi o episódio de Fernando Henrique acompanhado de Dona Ruth, ter ido solenemente visitar o Santo Padre no Vaticano, na qualidade de Chefe de Estado. Note-se que na ocasião a primeira dama aproximou-se do Pontífice vestida de véu.

De volta ao Brasil, quando o Papa veio visitar o Rio de Janeiro por ocasião do 2º Encontro Mundial com as Famílias, Dona Ruth soltou aquelas terríveis e indelicadas palavras: “A relação do Papa com o Congresso é zero. Era melhor que nem fosse feita, porque o problema é da sociedade brasileira” (Jornal do Brasil, 5/10/97, p.28).

Como se não bastasse, no dia 17 de novembro Dona Ruth, discursando para o Conselho Nacional de Direitos da Mulher, diz que tem pressa de ver aprovada a matança dos inocentes (Correio Braziliense, 18/11/97, p.8).

Não é exagero dizer que ela está cavando a sepultura do marido. Pois como é que um ser humano digno deste nome poderá reeleger um presidente favorável ao aborto?

À semelhança do que aconteceu no paraíso, a culpa maior não recai sobre ela, mas sobre ele. Pois é ele (até que se prove o contrário) que é o Presidente da República. Dona Ruth, assim como Eva, certamente receberá seu castigo. Mas a censura divina pesará mais duramente sobre o Chefe de Estado.

Porque ouviste a voz de tua mulher (…) maldita é a terra por tua causa!“(Gn 3,17). Será a nossa terra amaldiçoada depois da legalização do aborto? Será que este solo dadivoso, elogiado por Caminha, produzirá então espinhos e abrolhos?

Anápolis, 20 de novembro de 1997.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do Pró-Vida de Anápolis.

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