Carta de Gabriela desistindo de abortar sua filha

(o Habeas Corpus impetrado em favor da criança
deu à mãe tempo para entender que sua decisão estava errada)

Desisti de antecipar a morte de meu bebê por dois motivos:
O primeiro foi a luta para tirar, que estava fazendo eu sofrer demais.
O segundo e o mais importante foi Deus…
… Eu estava deprimida e sofrendo demais com tudo e com todos, então eu me entreguei a Deus para me dar todas as forças que eu precisava. Procurei uma fé verdadeira.
Até hoje sofro muito, mas sei que estou fazendo a coisa certa, porque estou com Nossa Senhora do meu lado, me dando muita coragem.
Eu e meu marido percebemos que temos que lutar pela vida, pois a morte tem que chegar na vontade divina. E o nosso sofrimento é curado pela fé.
Permito que esta declaração seja usada em favor da preservação da vida de qualquer bebê no ventre materno.
Gabriela O. Cordeiro
Teresópolis, 05 de janeiro de 2004.

gabriela

Note-se como foi salutar a dificuldade enfrentada por Gabriela para poder “tirar” o bebê. Os empecilhos deram-lhe tempo para entender que sua decisão estava errada. Agora, não apenas ela e seu marido desistiram do aborto, mas tornaram-se militantes em favor da vida intra-uterina.

Imagine-se o que teria ocorrido se, num momento de angústia, em que o exame de ultra-sonografia constatou uma doença grave no bebê, ela tivesse toda a facilidade para abortar. O aborto já teria sido feito, e ela e seu marido perceberiam, tarde demais, que tinham consentido no assassinato do próprio filho.

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