O aborto e o nazismo

(livro inglês revela a coincidência de pensamento entre os abortistas e os nazistas)

No clássico livro “Bebês para queimar” (Babies for burning) os jornalistas ingleses Michel Litchfield e Susan Kentish investigaram o que ocorria nas clínicas de aborto de Londres, logo após sua legalização na Inglaterra (o “Abortion Act”, de 1967). Apresentavam-se como se fossem marido e mulher a procura de um aborto e gravavam as conversas com os médicos. É elucidante a passagem seguinte, que mostra a simpatia de um praticante de aborto pelas idéias nazifascistas:

A menos de um quilômetro da “Ladycare” há outro consultório de teste de gravidez. Este funciona na própria residência de um farmacêutico.

Na sala de espera há prateleiras cheias de livros sobre o Nazismo, o Fascismo, seleção natural e eutanásia. Havia seis livros intitulados: Fascism, The Oníy Way (Fascismo: A Única Saída), três volumes intitulados: Hitler’s Dream (O Sonho de Hitler). Outros livros: The Importance of the Third Reich (A Importância do Terceiro Reich), Mosley, The Man for Britain (Mosley’ — O Homem para a Inglaterra), e Fascists’ Fórum (O Fórum Fascista).

“Por favor, queira escolher um livro para ler” disse o farmacêutico a Litchfield enquanto levava Sue para a outra sala. “Vai achá-los muito interessantes, cheios de informações”.

Quando voltaram para a sala de espera, Litchfield comentou: “Não têm nada que me interesse. São todos sobre o Fascismo e sobre Hitler”.

“Não subestime o Fascismo”, disse com voz firme o perito em teste de gravidez. “Lembre-se de que a minha profissão tem muitas relações com a seleção racial e a eutanásia. Este era o grande sonho e a sublime filosofia de Hitler.

Neste setor de abortos há uma corrente forte da qual participam muitos médicos, que acreditam no dogma de Hitler. O aborto deu a algumas pessoas grande poder sobre a vida e sobre a morte. Aguardamos o tempo em que a mãe terá o direito de matar o seu filho até algumas horas depois do parto normal. Quando a criança nasce a mãe deve ter a possibilidade de olhar bem para ela e ver se corresponde à sua expectativa e resolver se ela deve continuar vivendo. Isto é o ideal, o sonho, naturalmente. Mas ainda estamos muito longe do tempo em que a sociedade em seu conjunto aceite uma coisa destas. Temos que ir muito devagar.

Se se dissesse uma coisa destas logo no começo, quando entrou em vigor a Lei do Aborto, teria havido protestos, o público teria ficado horrorizado. Temos que conquistar nosso terreno centímetro por centímetro. O próximo passo será a eutanásia. Estamos procurando controlar a duração da vida de modo que a pessoa morra quando completar sessenta anos, para que a maioria da população tenha de vinte a cinqüenta anos. A maior parte dos médicos adeptos do aborto e que o praticam, com os quais estou em contato, são defensores desta causa. Os médicos, na Alemanha, estavam muito à frente de Hitler: eram eles que forçavam Adolph a experiências cada vez mais avançadas. Na Inglaterra foram os médicos que promoveram o aborto. Viram no aborto o primeiro passo para as conquistas mais radicais. Trata-se de uma questão de poder e de reforma do mundo”[1].

 

Há ainda uma outra gravação magnética, citada no livro, em que um médico praticante de abortos, com um consultório na Harley Street, demonstra sua simpatia pelas idéias de Hitler:

 

Muitos dos bebês que tiro já estão totalmente formados e vivem ainda um pouco, antes de serem eliminados. Uma manhã havia quatro deles, um ao lado do outro, chorando como desesperados. Não tive tempo de matá-los ali na hora, porque tinha muito o que fazer. Era uma pena jogá-los no incinerador, porque eles tinham muita gordura animal que poderia ser comercializada.

Naquele ponto, se tivessem sido colocados numa incubadora poderiam sobreviver, mas na minha clínica eu não possuo essa espécie de facilidades. O nosso negócio é pôr fim a vidas e não ajudá-las a começar.

Não sou uma pessoa cruel. Sou realista. Se sou pago para fazer um trabalho e se o trabalho é livrar uma mulher de um bebê, então não estaria desempenhando o meu papel se deixasse que o bebê vivesse, embora o mantenha vivo cerca de meia hora. Tenho alguns problemas com as enfermeiras. Muitas delas desmaiam no primeiro dia. Temos sempre muita rotatividade em nosso pessoal. As alemãs muitas vezes são boas. Não são uma raça de gente sentimental. As inglesas têm tendência – mas nem sempre – a serem sentimentais.

Hitler pode ter sido inimigo deste país, mas nem tudo a respeito de sua política era mau. Ele tinha algumas idéias e filosofia muito progressistas. A seletividade da vida sempre teve grande fascínio para certos elementos do mundo médico. Sempre considerei a possibilidade da reprodução seletiva e da eliminação seletiva. Mas isto é outro assunto… Desculpe aborrecê-lo com minhas teorias. Acho que o Sr. me julga meio doido, não é? Se o sou, não sou o único. Muitos dos ginecologistas, muitos mesmo, que fazem aborto em Londres e em outras partes da Inglaterra, pensam da mesma maneira que eu. Mas devemos ser homens de ciência e não homens de emoção. Devemos ver através do nevoeiro do sentimentalismo. A vida humana é uma coisa que pode ser controlada, condicionada e destruída como qualquer máquina[2].

A “lógica” da cultura da morte

É espontâneo que alguém sinta admiração por outro quando suas idéias são afins (ou até idênticas). Não é de se admirar que os abortistas da Inglaterra admirem o nazismo e lamentem que ainda não tenham chegado ao grau “avançado” a que chegou a Alemanha de Hitler.

A afirmação de que a vida não vale em si mesma, mas pela sua qualidade, pela sua duração, pela sua utilidade ou por qualquer outro atributo extrínseco, conduz necessariamente à admissão da doutrina nazista. Isso é um fato, que os defensores do aborto de crianças deficientes e moribundas (aborto eugênico) não podem negar.

Convém aqui citar a interrogação do douto penalista Ricardo Dip, juiz do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo (TACrim-SP): “A qualidade de vida é título para o ser?”.

Capital é afirmar que a qualidade da vida futura não é um título para o ser. Pois, se fosse, seria de, coerentemente, asseverar que a má qualidade de vida dos nascidos (de não importa qual idade) lhes justificaria a morte. É o reino puro e simples do despotismo do mais forte. Se fosse assim, convenha-se (pois é a lógica da cultura da morte), Hitler teria razão[3]

A criação de precedentes

Quem defende o aborto apenas quando o bebê tem má-formação no cérebro, quando os dois rins não funcionam e em outros casos nos quais a sobrevida extra-uterina tende a ser muito curta, deve estar preparado para aceitar o aborto em toda e qualquer hipótese. Ao se violar uma única vez o princípio do respeito à vida do inocente, abre-se o caminho para qualquer violação da vida humana.

A ex-deputada Marta Suplicy, autora do Projeto de Lei 1956/95, que autoriza o aborto de crianças com má formação grave, confessa que sua pretensão vai muito além do aborto eugênico. Disse ela com todas as letras: “Quero uma lei que permita a interrupção da gravidez em casos incompatíveis com a vida. Assim, será facilmente aprovada e poderemos dar o próximo passo” (Jornal do Brasil, 19 maio 1996, página “Saúde”. Destaque nosso). Pouco tempo depois, ela falava com ainda mais clareza: “Alguns estão muito preocupados que este seria o primeiro passo, visando a ampliação do direito ao aborto. Não fazemos nenhum segredo disso” (SUPLICY, Marta. O último baluarte. O Globo, Rio de Janeiro, 3 dez. 1997, p. 7. Destaque nosso).

Quanto ao aborto, não há meio termo nem neutralidade: ou se aceita totalmente ou se rejeita totalmente. De que lado você vai ficar?

Anápolis, 11 de maio de 2004.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do Pró-Vida de Anápolis

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