Uma doença chamada filho

Duas jovens universitárias conversavam sobre a disciplina Educação Física.

  • Você não faz Educação Física?
  • Não.
  • Por quê?
  • Porque eu tenho prole.
  • E isso pega?

A primeira jovem pensava que “prole” fosse uma doença contagiosa, que talvez pudesse infectar a água da piscina nas aulas de natação. Mas na verdade, prole quer dizer filhos. A segunda jovem estava dispensada das aulas de Educação Física porque tinha filhos para cuidar.

Hoje em dia, infelizmente, muitíssimos casais consideram o filho uma doença a ser evitada a todo custo. Protestam contra a Igreja, porque ela não admite a castração, nem feminina (ligadura de trompas) nem masculina (vasectomia). Perguntam por que não é permitido tomar anticoncepcionais. Afinal, se o filho é uma doença, nada mais lógico do que combatê-lo por meio de “remédios”. A pílula seria um “remédio” para prevenir a maior tragédia imaginável para um casal: o resultado positivo de um teste de gravidez.

A Igreja, no entanto, afirma que, mesmo para se usar o método natural de regulação da procriação, é preciso que haja motivos sérios: por exemplo, problemas de saúde da mulher, problemas financeiros… E ensina que, quando estes motivos cessarem, o casal deve parar de evitar uma nova gravidez. Se o casal usa o método natural porque o marido está desempregado, deve deixar de usá-lo quando ele obtém um bom emprego. O normal para um casal é ter muitos filhos, de acordo com a ordem de Deus: “Crescei e multiplicai-vos. Enchei a terra e submetei-a”. Certamente não é possível encher a terra com apenas um ou dois filhos.

Fechar-se à procriação não é desobedecer a um “capricho” da Igreja. É transformar a união sexual em um ato de egoísmo a dois. Se você, que foi criado sadio, voluntariamente se “operar” para não procriar, não poderá, sem mentir, dizer a seu cônjuge: “Eu te amo”. Pois não pode haver amor entre dois, se não houver abertura a um terceiro.

Filho não é doença. Mas a esterilidade é. E é triste ver como, em nosso país, a grande maioria das mulheres casadas estão “operadas”. E os homens já estão imitando esse mau exemplo. Deus se compadeça dos casais que cometem tão grande pecado…

Anápolis, 03 de março de 2001

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anapolis

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