A IPPF em perguntas e respostas

(as respostas são extraídas do livro “IPPF: a multinacional da morte”[1], de Jorge Scala)

1) O que significa IPPF?

Federação Internacional de Planejamento Familiar (International Planned Parenthood Federation).

2) O que é “planejamento familiar”?

Planejamento familiar (“family planning”) é um eufemismo para controle de natalidade (“birth control”). Em 1942 a “Birth Control Federation of América” (Federação de Controle de Natalidade da América) mudou seu nome para “Planned Parenthood Federation of America” (Federação de Planejamento Familiar da América). “A razão da mudança de nome é simples: a derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial e o conhecimento maciço de sua loucura eugenésica e racista, faz perder adeptos a seus seguidores norte-americanos. Por isso substituem o termo controle de natalidade pelo de planejamento familiar e se afastam exteriormente das teorias racistas e eugenésicas.” (p. 20-21).

3) Por que Jorge Scala chama a IPPF de “a multinacional da morte”?

Porque ela, com sede em Londres e filiais em 180 países, converteu-se “na maior instituição antivida, melhor financiada e com maior força em nível internacional, existente na atualidade” (p. 21). Suas filiais “aglutinam e dirigem toda a atividade privada em torno do planejamento familiar. Para isso abrem clínicas onde se realiza todo tipo de atividade contraceptiva (incluindo abortos e esterilizações, se a legislação local o permite; caso contrário, lutam pela despenalização de ambos)” (p. 16). Jorge Scala cita um documento do Pontifício Conselho para a Família chamado “A serviço da vida”, de 22/04/1991: “O movimento pró-aborto, em nível internacional, baseia-se, sobretudo, na atividade da IPPF […] e sobre outros organismos que atuam na perspectiva neomalthusiana do controle demográfico obtido também através da promoção do aborto” (p. 17).

4) Quem fundou a IPPF?

Margaret Sanger (1883-1966), norte-americana, filha de pais irlandeses. De ideologia eugenista, “Sanger abre em 1916 sua primeira clínica para o controle de natalidade, com slogans como ‘Os seres sãos devem procurar procriar abundantemente e os ineptos devem abster-se… este é o principal objetivo do controle da natalidade’ e ‘o controle dos nascimentos facilitará a criação de uma raça superior’. Também dizia: ‘mais crianças dos capacitados, menos dos incapacitados’” (p. 19).

Em 1921 funda a Liga Norte-americana para o Controle da Natalidade (mais conhecida como Birth Control). Em 1922 publica seu livro ‘Pivô da civilização’, onde suas idéias racistas se destacam plenamente, ao queixar-se que ‘os filantropos que proporcionam cuidados gratuitos de maternidade estimulam os segmentos mais sadios e normais do mundo a suportar a carga da fecundidade irreflexiva e indiscriminada dos demais: o que traz consigo um peso morto de desperdício humano; em lugar de diminuir e dedicar-se a eliminar as estirpes que mais prejudicam o futuro da raça e do mundo, tendem a torná-las dominantes em um grau ameaçador’” (p. 19-20).

Em 1939 a Liga Norte-americana para o Controle de Natalidade se transformou na Federação para o Controle da Natalidade” (p. 20). Como já vimos, em 1942, esse nome mudaria para “Federação de Planejamento Familiar da América”. “Em 1952, com o auspício do multimilionário norte-americano John D. Rockefeller III, fundem-se 8 associações de vários países e constituem em Londres a Federação Internacional de Paternidade Planificada (IPPF), da qual a Paternidade Planificada norte-americana é uma de suas […] filiais nacionais” (p. 21).

A criação dos termos “planned parenthood” (paternidade planificada) e “family planning” (planejamento familiar) em substituição a “birth control” (controle de natalidade) foi apenas uma mudança de fachada. O único “apoio” que a IPPF dá aos pobres é impedir que eles tenham descendência. E para isso, vale tudo, principalmente o aborto.

5) Qual é o objetivo da IPPF?

Fazer diminuir as taxas de natalidade dos países pobres, até alcançar a dos países ricos, com o objetivo de manter o atual equilíbrio econômico e político e, por conseguinte, a continuidade da submissão do Terceiro Mundo aos países desenvolvidos” (p. 16).

6) Mas o alto crescimento demográfico dos países pobres não é um empecilho ao seu desenvolvimento?

Essa é uma das grandes mentiras demográficas, que Jorge Scala desmente no capítulo 12 de seu livro (p. 277-296). As verdades demográficas estão listadas no capítulo 5 (p. 61-82): 1. É antinatural separar a sexualidade da procriação2. A humanidade sempre cresceu. 3. A diminuição da população é prejudicial para a sociedade4. A população dos países em desenvolvimento cresceu exponencialmente durante o século XX5. Os países desenvolvidos dirigem-se rapidamente ao “suicídio demográfico” e pretendem que o resto das nações os acompanhe. Segundo o autor, “os grandes avanços na história européia e em sua cultura coincidem com épocas de forte incremento populacional. Por exemplo: a Itália passa de 7.500.000 habitantes no ano 1450 para 10.500.000 no ano 1500, coincidindo com o esplendor cultural e econômico do Renascimento Italiano. Outro caso: a Revolução Industrial começa na Inglaterra, que passa de 10.900.000 habitantes no ano 1800 para 36.900.000 no ano 1900 (p. 70-71).

Para que a população fique estagnada, ou seja, não cresça nem diminua, é necessário que uma geração pelo menos reponha a outra. “Para isso, nos países com melhor atenção sanitária e alimentação, requer-se uma taxa de 2,1 filhos por mulher [em idade fértil]” (p. 73). Ora, há muito tempo os países europeus têm uma taxa bem menor que essa. Como conseqüência, a população sofre um envelhecimento, com cada vez mais cidadãos inativos por um ativo, o que acarreta uma crise no sistema de seguridade social (cf. p. 14). Isso leva a um colapso da economia, como ocorreu com o Império Romano, que caiu depois que sua população começou a decrescer vertiginosamente (cf. p. 69).

7) A IPPF é a única organização internacional de controle de natalidade?

Não. Ela conta com numerosos e fortes aliados: 1. Os organismos multilaterais de crédito, como a USAID (Agência Internacional para o Desenvolvimento), o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, que “condicionam toda ajuda econômica ao cumprimento de metas demográficas pautadas em cada empréstimo” (p. 16). 2. Alguns organismos das Nações Unidas, como a OMS, o PNUMA, o FNUAP, a UNESCO, a FAO e a UNICEF. “Exercem coação em nível de governo, a fim de que adotem políticas de controle de natalidade. Supervisionam os programas financiados nacional ou internacionalmente, destinados a saúde ‘reprodutiva’ – ou seja, a implantação do planejamento familiar nos hospitais públicos – e a educação em matérias de saúde, população e sexo. ‘Capacitam’ funcionários, agentes sanitários e sociais e educadores, para que executem os programas ditos acima” (p. 16). 3. Por fim, o Grupo Parlamentar Internacional (GPI), que é o braço legislativo da IPPF, de que o autor trata no capítulo 9 (p. 175-184). “A I Conferência de Parlamentares sobre População e Desenvolvimento se efetuou em Brasília em dezembro de 1982. No ano seguinte se fundou o GPI, como fruto de tal reunião” (p. 176). O GPI se divide em grupos nacionais, que são “verdadeiros lobbies integrados por legisladores e ex-legisladores dos países, cuja função é coagir seus pares e os funcionários dos poderes executivo e judiciário, a fim de que adotem em seus respectivos âmbitos, as políticas de controle populacional” (p. 16).

8) No Brasil existe alguma filial da IPPF ou algum grupo de parlamentares membro do GPI?

No Brasil, a filial da IPPF chama-se BEMFAM (Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil), fundada em 1965 (p. 194-195), grande fomentadora da anticoncepção, da esterilização e, atualmente, do aborto. Há também em nosso país o Grupo Parlamentar de Estudos em População e Desenvolvimento (GPEPD), que durante a Assembléia Nacional Constituinte, que iria elaborar a Constituição de 1988, “recebeu a generosa quantia de US$ 112.755 para inserir o tema ‘planejamento familiar’ em nossa Carta Magna ” (p. 334). O resultado foi o parágrafo 7° do artigo 226 da Constituição Federal, que trata do “planejamento familiar”.

9) Qual foi a conseqüência da introdução do “planejamento familiar” na Constituição Federal Brasileira?

Bem depressa um deputado do Partido dos Trabalhadores (PT), Eduardo Jorge (PT/SP), entrou com um Projeto de Lei (PL 209/91) para ‘regulamentar’ esse dispositivo constitucional. E, como não podia deixar de ser, tal regulamentação incluía a legalização da esterilização, como meio legítimo de ‘planejamento familiar’. Aprovado, o projeto transformou-se na lei 9263/96, que ‘regula o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidades e dá outras providências’” (p. 335). Foi assim legalizada a esterilização no Brasil.

10) A IPPF costuma respeitar as leis dos países onde ela tem filiais?

De maneira alguma. A IPPF assim instrui suas filiais espalhadas por todo o mundo: “As Associações de Planejamento Familiar e outras organizações não-governamentais não deveriam usar a ausência de leis ou a existência de uma lei desfavorável como uma escusa para a inação; a ação fora da lei e até a violação da mesma é parte do processo de mudança” (p. 185). Uma outra estratégia importante é a re-interpretação da lei de modo a favorecer o aborto. Leiamos o trecho seguinte, extraído de uma declaração de março de 1991, feita por dois comitês especializados da IPPF: o Grupo Internacional para Assessoramento Médico (International Medical Advisory Panel — IMAP) e o Grupo Internacional para Assessoramento de Programas. As recomendações se dirigem especificamente às associações “em países onde há restrições legais ao aborto e/ou ao planejamento familiar”: “Estabelecer laços com advogados que estejam dispostos a defender nos tribunais o pessoal de saúde ou usuários acusados de haver levado a cabo ou tentado um aborto seguro. Eles poderiam também aceitar defender casos polêmicos para exercer pressão em prol de uma interpretação mais liberal de certas leis.” (p. 188).

11) O que Jorge Scala propõe para fazer frente à IPPF e a seus aliados?

a) “Associar-se em organismo com peso local, nacional e internacional. Para opor-se à “multinacional da morte” é preciso desenvolver a “multinacional da vida” […] Há vinte anos as famílias tinham o direito de associar-se; hoje têm o dever de fazê-lo; sua sobrevivência o requer” (p. 313). b) Multiplicar grupos e instituições de estudo, em nível científico e acadêmico” (p. 314). c) Investir nos meios de comunicação social. d) Fazer lobby com as autoridades. “Este é um ponto fundamental, que se não se trabalha responsavelmente, pode malograr uma enorme quantidade de esforços. As associações, instituições educativas e meios de comunicação devem ter um objetivo principalmente Político – com maiúscula e isento de toda bandeira ou partidarismo: influir nos governos, parlamentares, magistrados, membros de organismos internacionais e organismos não governamentais, para integrá-los à ‘cultura da vida’” (p. 314).

A tudo isso, devemos acrescentar as armas espirituais do cristão, em especial a oração e os sacramentos.

Anápolis, 14 de agosto de 2007.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis

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