A escolha da vida

“Escolhe a vida, para que vivas tu e a tua descendência…” (Dt 30,19)

Disse o saudoso Santo Padre João Paulo II: “… no caso de uma lei intrinsecamente injusta, como aquela que admite o aborto ou a eutanásia, nunca é lícito conformar-se com ela, ‘nem participar numa campanha de opinião a favor de uma lei de tal natureza, nem dar-lhe a aprovação com o próprio voto” (Evangelium Vitae, n. 73).


 

Lula (PT)

No dia 22 de maio de 2005, o Partido dos Trabalhadores (PT), em seu 13º Encontro Nacional, elaborou um documento intitulado “Diretrizes para a Elaboração do Programa de Governo do Partido dos Trabalhadores (Eleição presidencial de 2006)”.[1] Tal documento menciona o propósito de descriminalizar o aborto e criminalizar a “homofobia” (rejeição ao homossexualismo) caso haja reeleição do Presidente Lula. Segundo o Estatuto do PT, uma deliberação como essa, vinda de um Encontro Nacional, é de acatamento obrigatório para os filiados. O art. 209, inciso VIII, do Estatuto descreve como infração ética e disciplinar “o não acatamento às deliberações dos Encontros e dos Congressos do Partido”. O eleitor cristão vê-se, assim, diante de um dilema: dar ao PT a aprovação do voto (e assim descumprir as promessas de seu Batismo) ou manter-se fiel ao compromisso batismal e negar seu voto ao PT.


 

Heloísa Helena (PSOL)

Heloísa Helena, fundadora do PSOL e candidata à Presidência da República, merece louvores ao dizer que é contra o aborto: “Quanto ao aborto, acho um absurdo que, em pleno ano de 2005, se estabeleça como um avanço a curetagem de uma vida[2]. No entanto, a candidata também considera “um absurdo” ser contra a união civil de homossexuais, ser contra a anticoncepção e inclusive ser contra o uso do “preservativo”. E nisso ela critica a Igreja Católica, à qual diz pertencer. A oposição de Heloísa Helena ao aborto, ainda assim, não é clara. Seu programa de governo nada fala sobre o assunto[3]. Mas o Relatório do I Seminário Nacional de Elaboração Programática do PSOL, ocorrido em 3 e 4 de fevereiro de 2006, assim dizia no item 11:

Especial atenção para a questão do aborto. No Rio de Janeiro 90% das mortes ocorridas nas maternidades são evitáveis, índice que não é muito diferente nos outros estados. Exigir atendimento público de qualidade respeitando a opção individual da mulher[4]. (grifo nosso)

É possível que a candidata seja “contra” o aborto, mas favorável à descriminação do aborto, respeitando a “opção” da mulher.

Mas o maior problema do PSOL e do PT é que ambos se declaram socialistas e têm por objetivo a construção do socialismo. Ora, “… socialismo religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista” (Pio XI, Quadragesimo Anno, n.º 117). A condenação do “socialismo moderado” foi feita novamente pelo Papa João XXIII (Mater et Magistra, n.º 31). Até hoje o Magistério da Igreja não declarou haver qualquer forma de socialismo “light” ou “paz e amor”, compatível com a fé cristã. Trata-se de uma incompatibilidade por princípio.


 

Geraldo Alckmin (PSDB)

Neste momento crítico, para o eleitor cristão, parece não haver alternativa senão Geraldo Alckmin, médico, de formação católica, que tem em seu favor o ódio das feministas e que repete incessantemente: “legalizar o aborto não é a solução”. No entanto, sua posição vacilante, relatada pela imprensa, em relação ao aborto de anencéfalos, ao uso de preservativos e à união de homossexuais causou perplexidade em um leitor, que pediu que entrássemos em contato direto com o candidato. Esperamos que na próxima edição, Geraldo Alckmin já tenha dado uma resposta oficial às questões encaminhadas a seu Comitê.[5]



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