Carta de uma catequista de Brasília

(ao presidenciável José Serra…)

Dr. José Serra,

Após várias tentativas da Igreja e da população para o senhor rever a Norma Técnica aprovada, percebemos a irredutibilidade da sua parte. Então, não podemos julgá-lo como “assassino” porque, se mantém essa postura, é porque ainda não se convenceu da gravidade do ato praticado.

O senhor deve estar pleiteando um cargo público, como Presidência da República.

Primeira perguntao senhor é Cristão?

Segunda perguntaO senhor conhece os Mandamentos da Lei de Deus?

Se não conhece:
I – Amar a Deus sobre todas as coisas
II – Não tomar seu santo nome em vão
III- Guardar os domingos e festas
IV – Honrar pai e mãe
V – Não matar
VI – Não pecar contra a castidade
VII – Não furtar
VIII – Não levantar falso testemunho
IX – Não desejar a mulher do próximo
X – Não cobiçar as coisas alheias

Terceira perguntaO que significa para o senhor: não matar?

Quarta pergunta: Qual o significado de aborto para o senhor?

Quinta pergunta: O senhor já teve a oportunidade de tentar matar uma barata ou qualquer outro inseto? O senhor deve ter observado que o inseto luta com todas as suas forças pela sua sobrevivência.

Sexta pergunta: E o bebê intra-uterino? Qual a chance que o senhor oferece para uma tentativa de sobrevivência?

Há dezoito anos atrás, quando não conhecia os ensinamentos de Deus, tive uma gravidez, para a qual achava que não teria condições de enfrentar. O pai optou pelo aborto e fui levada a uma farmácia para tomar uma injeção para fins de aborto. Graças a Deus foi uma época onde não tive o seu apoio com a Norma Técnica. Meu filho hoje tem dezoito anos, muito bonito e saudável, muito amado pelos pais,  avós e toda a família.

O senhor talvez julgue o aborto como uma solução para determinados problemas sociais e não imagina que no futuro o problema pode ser ainda maior. Se o meu filho não tivesse nascido, não sei se hoje suportaria esse peso sobre mim. Toda e qualquer dificuldade para criar um filho não é maior do que o remorso de tê-lo impedido de viver.

Talvez estejamos sendo dramáticos, uma vez que o senhor ainda não se convenceu de que não tem o direito de predestinar a vida de um ser humano. Mas, se continua pensando dessa forma, tente nos convencer de que tem razão.

Para os problemas sociais, sugiro uma melhor educação.
Educar, sim. Matar, não.
 

Por favor, convença-nos da sua razão para que possamos sofrer menos com a sua aprovação.

“Uma Catequista de Brasília”

12 de maio de 2002

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