Biografia de Santa Gianna Beretta Molla – Parte IV

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Gianna era ardorosa defensora da vida, sobretudo das crianças, nascituras ou já nascidas. Defendia corajosamente o direito de a criança nascer. Dizia: “O médico não se deve intrometer… O direito à vida da criança é igual ao direito à vida da mãe. O médico não pode decidir. É pecado matar no seio materno!..

A quarta e a quinta gravidez de Gianna terminaram em aborto espontâneo no segundo mês, sem explicação aparente.

Em 1961 Gianna se vê grávida pela sexta vez. Como médica, sabia muito bem as complicações e os riscos da nova gravidez. Mas isto de modo algum diminuiu o amor por este filho, amado e desejado como os outros.

Um enorme tumor tomara conta de seu útero. Havia necessidade de extirpá-lo. A cirurgia proposta para o caso era a histerectomia (remoção do útero). O objetivo da cirurgia não era matar a criança, mas sim retirar o órgão canceroso onde, por acidente, estava a criança. Aliás, essa cirurgia seria feita mesmo se Gianna não estivesse grávida. A morte da criança não era querida como fim nem como meio para salvar a mãe; seria um segundo efeito da cirurgia. Mas Gianna heroicamente recusou-se. Dizia ela: “a mãe dá a vida pelo filho“.

Depois de enormes sofrimentos, no dia 21 de abril de 1962, o cirurgião fez uma cesariana e retirou do ventre de Gianna uma criança de quatro quilos e meio. Era uma menina! Seu pai lhe daria no batismo o nome de Gianna Emanuela. “Gianna” em homenagem à mãe. “Emanuela”, que quer dizer “Deus conosco”, para louvar a presença de Deus entre os homens.

Gianna tanto pedira, tanto desejara aquela criança para o enriquecimento do seu lar, de sua família… Agora não a pode possuir. Tem que deixá-la… como a árvore que produz o fruto mas não tem o direito de comê-lo, assim esta mãe sabe que não poderá gozar da presença de Emanuela.

Ela revela para sua irmã missionária, que acabara de chegar da longínqua Índia, Irmã Madre Virgínia:

Finalmente estás aqui! Se soubesses, Ginia, quanto se sofre por ter de morrer quando se deixam os meninos todos pequeninos…

No dia 25 de abril, Gianna faz a seguinte confidência a seu esposo:

Pietro, agora estou curada. Pietro, estava já no além e se soubesse o que eu vi… Um dia dir-te-ei. Mas como éramos demasiado felizes, estávamos muito bem, com nossos meninos maravilhosos, cheios de saúde e de graça, com todas as bênçãos do céu, mandaram-me cá abaixo para sofrer ainda, porque não é justo apresentar-nos ao Senhor sem sofrimentos“.

Desde aquele momento – diz Pietro – estou certo, Gianna nunca cessou, nos seus sofrimentos, nas suas agonias, o seu colóquio com o Senhor e a sua comunicação com o Céu. Já não desejava que a acariciasse e a beijasse. Já pertencia ao Céu“.

Morreu no dia 28 de abril de 1962, uma semana depois de dar à luz sua última filha.

Em 1972 foi iniciada a causa de beatificação de Gianna Beretta Molla. Em 1980, no dia do aniversário de sua morte, o Arcebispo de Milão decretou a introdução de sua causa.

Em 1992, o Papa João Paulo II reconheceu um milagre acontecido com Lúcia Silva Cirilo em Grajaú – Maranhão – por intercessão de Gianna.

No dia 24 de abril de 1994 o Santo Padre declarou Gianna bem-aventurada. Esta cerimônia, chamada beatificação, é o último degrau antes da canonização.

No dia 4 de outubro de 1997, no 2º Encontro Mundial do Papa com as famílias, Gianna Emanuela, que hoje é médica como a mãe, estava no Rio de Janeiro, no estádio do Maracanã, na presença do Santo Padre e de 200.000 pessoas. Elevou uma oração a sua mãe, a Bem-aventurada Gianna Beretta Molla, agradecendo-lhe por lhe ter dado a vida duas vezes: pela geração e pelo martírio. O momento foi emocionante.

PERGUNTAS:

1. A vida de Gianna Beretta Molla é um testemunho vibrante em favor da vida. Soube transmitir a vida, soube amar a vida, soube defender a vida, soube oferecer a vida, soube renunciar à própria vida. Disse Jesus: “Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só. Mas se morrer, produzirá muito fruto” (Jo 12,24). Não há caminho que conduza à vida e que não passe pela morte. Você já decidiu morrer para si mesmo e viver para Deus e o próximo?

2. Gianna considerava o sofrimento uma condição necessária para nos apresentarmos diante do Senhor. Se o próprio Cristo sofreu, nós, que somos seus discípulos, não podemos recusar a cruz. Temos aceitado com alegria as ocasiões de sofrer todos os dias por Jesus?

3. Que você teria a dizer às pessoas favoráveis ao aborto, à esterilização, e que acham uma loucura constituir uma família numerosa?

Anápolis, 26 de agosto de 2001

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis

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