Você já reparou que o sexto mandamento vem logo depois do quinto? Não é brincadeira. Pense: o preceito de respeitar o sexo (“Não pecar contra a castidade”) vem logo depois do preceito de respeitar a vida (“Não matar”). O sexo e a vida estão intimamente ligados.

Foi vontade de Deus que a vida humana se transmitisse através do ato sexual. E como a vida humana é sagrada, o sexo é igualmente sagrado. Os nativos da Polinésia exprimiam esta realidade pela palavra “tabu”. Tabu era alguma coisa intocável, inviolável, fosse uma pessoa, um lugar ou um objeto. A vida e as coisas a elas relacionadas, como o sexo, eram tratados como “tabus”.

Ainda hoje, as pessoas que guardam a castidade respeitam igualmente a vida. E os que vulgarizam e aviltam o sexo são os mesmos que defendem a matança dos inocentes. Dê uma volta pelo Congresso e verifique quem são os propagandistas do aborto. São os mesmos que propagam a pornografia, o “casamento” de homossexuais, a carteira de trabalho para as prostitutas, e outras aberrações do gênero.

Só se opõem radicalmente ao aborto aqueles que defendem a vida desde as suas raízes. E as raízes da vida estão na sexualidade humana. Só pode dizer que é realmente pró-vida aquele que foge da impureza e glorifica a Deus no seu corpo, pelo qual Cristo pagou um alto preço.

Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que está em vós e que recebestes de Deus? … e que, portanto, não pertenceis a vós mesmos? Alguém pagou um alto preço pelo vosso resgate; glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo (1Cor 6,19-20)

Rio de Janeiro, 24 de junho de 1996

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

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