“Feminista ou feminina?”

A pergunta acima estava na primeira página da edição março-junho de 2000 do jornal “Fazendo Gênero” do Grupo Transas do Corpo (um grupo feminista apoiado pela Fundação Mc Arthur e Fundação Ford). A autora da matéria lamentava que “apesar do feminismo estar presente, há longas décadas (…), a velha expressão ‘sou feminina, não feminista’ ainda ecoa forte nas falas de muitas mulheres”.

As mulheres têm razão de não quererem ser consideradas feministas, assim como os homens tem razão de não quererem ser considerados machistas. O natural da mulher é ser feminina, assim como o natural do homem é ser masculino. O feminismo é uma deformação da feminilidade, assim como o machismo é uma deformação da masculinidade.

A beleza do “ser mulher” está justamente em ser diferente do homem e complementar a ele. Ao compreender o papel insubstituível que ela desempenha no lar junto aos filhos, a mulher não se sente mal ao dizer que é dona de casa. Ao compreender a beleza da maternidade, não se horroriza ao pensar numa gravidez, nem abomina a família numerosa.

O feminismo, tal como se apresenta nos nossos dias, é um movimento de autodesvalorização da mulher. Tal ideologia, ao pregar a “competição com o homem”, esquece-se que homem e mulher não são inimigos natos, mas são complementares. Um foi feito para o outro, não para competir com o outro.

Por dever de ofício (e não apenas por opção) o homem tem que sair para trabalhar e sustentar a família. Se, porém, todas as mulheres resolverem (como pregam as feministas) sair de casa para obter “realização profissional”, pergunto: com quem ficarão as crianças? Quando ambos – pai e mãe – passam o dia fora de casa, os filhos são órfãos de pais vivos.

Cito aqui mais uma vez o belo poema “MÃE”, de Cora Coralina, célebre poetisa de Goiás:

Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos,
não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
Nunca será um lar
para teu filho.
Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.

Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições…
Empregos fora do lar?
És superior àqueles
que procuras imitar.
Tens o dom divino
de ser mãe
Em ti está presente a humanidade
.”

(extraído da página 171 do livro VINTÉM DE COBRE; meias confissões de Aninha, 4ª edição, Editora UFG, 1987)

Como seria bom se todas as mulheres compreendessem que são alicerce (que sustenta mas não aparece) e não se enganassem procurando freneticamente ser fachada (que aparece, mas não sustenta).

No âmago do feminismo está uma depreciação da feminilidade e um desejo de masculinizar a mulher.

Anápolis, 1º de dezembro de 2001.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do Pró-Vida de Anápolis.

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