“O diabo em plena pandemia”

(o medo, a mentira e a morte)

 No ano passado, no dia 14 de junho de 2020, durante a Homilia da Santa Missa de “Corpus Christi” em Valência, o cardeal espanhol Antonio Cañizares protestou contra o desenvolvimento de vacinas para a COVID-19 a partir de células de bebês abortados:

O diabo existe em plena pandemia, tentando levar a cabo investigações para vacinas e curas. Deparamo-nos com a dolorosíssima notícia de que uma das vacinas se fabrica a base de células de fetos abortados. […]. Isso é desumano, isso é cruel… […]. Primeiro se mata com o aborto e depois se manipula. Ah, bem, que bom! Não. Temos uma desgraça a mais, obra do diabo[1].

A geneticista francesa Alexandra Henrion-Caude explica:

Quando se fala de “células embrionárias”, deve-se compreender que o embrião humano de onde as células foram retiradas estava vivo. Se estivesse morto, não seria possível servir-se de tais células[2].

Assim, a linhagem HEK-293 (da qual se faz a vacina AstraZeneca) provém de uma criança abortada na Holanda para esse fim por volta de 1972. Após o aborto, enquanto ela ainda estava viva, foram retiradas células de seus rins. E a linhagem PER. C6 (da qual se faz a vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson), provém de uma criança de 18 semanas abortada para esse fim em 1985. A criança ainda estava viva quando foram retiradas células de sua retina.

A morte está presente não apenas na origem das vacinas, mas também em seus efeitos adversos: seja no aborto de bebês de mães vacinadas, seja no óbito de pessoas já nascidas submetidas à vacinação[3].

Retardo do tratamento

“Mais vale prevenir do que remediar”. A COVID-19 talvez seja a primeira doença da qual se diz que o tratamento deve ser procrastinado. A maciça campanha contra o tratamento precoce favorece o avanço da enfermidade e diminui as chances de recuperação. Quando os pulmões já estão comprometidos, resolve-se internar o paciente no ambiente insalubre de um hospital, propício à proliferação de bactérias resistentes a antibióticos. Por fim, resolve-se intubar o doente, o que quase sempre resulta em um agravamento de seu estado. E quando ele morre, ninguém quer admitir que o doente morreu por causa da intubação, mas sim “apesar” da intubação.

PROCRASTINAÇÃO

 INTERNAÇÃO

 INTUBAÇÃO

 MORTE

Medo de todos contra todos

Falando de Santa Teresa de Calcutá, assim escreve seu biógrafo Pe. Leo Maasburg:

A mensagem de Jesus na cruz, “Tenho sede”, transformou-se na frase-chave de toda a ação de Madre Teresa. É uma mensagem que procura fazer-nos pensar qual o anseio de Jesus: o amor por ele e pelas almas, isto é, pelos nossos semelhantes.

Um gesto difundido em nossa cultura para manifestar o amor por alguém é o abraço. Para abraçar alguém tenho de abrir os braços. A posição de um pugilista não permite qualquer abraço. Simboliza o contrário de amor: defesa, agressividade preventiva, desconfiança, violência. Jesus abriu os braços na cruz a fim de nos abraçar a todos, a humanidade inteira[4].

Evite cumprimentosCom os punhos cerrados: assim se tornou o cumprimento das pessoas, com a proibição do abraço e até do aperto de mão. Todos se armam contra todos. Os vacinados atacam os que não se vacinaram. Os que usam máscaras duplas atacam os que usam máscaras simples. Os que se confinam em casa atacam os que ousam sair às ruas. Os que se banham de álcool gel atacam os que se atrevem a molhar o dedo na água benta. Os que se apavoram com a doença acusam de irresponsáveis os que não têm medo. Todos distanciados, confinados, mascarados, alcoolizados, gelificados, aterrorizados…

Legislação mosaica sobre a lepra:

Nos tempos bíblicos, a lepra era uma doença contagiosa, mortal e incurável. Eis as prescrições sanitárias sobre o leproso:

O leproso portador desta enfermidade trará suas vestes rasgadas e seus cabelos desgrenhados; cobrirá o bigode e clamará: ‘Impuro! Impuro!’.

Enquanto durar a sua enfermidade, ficará impuro e, estando impuro, morará à parte: sua habitação será fora do acampamento (Lv 13, 45-46).

Note-se que o leproso se cobria com um véu a partir do lábio superior, deixando, porém, o nariz livre para respirar. Só o doente se cobria. Também só o doente ficava distante da população.

Hoje, para uma doença incomparavelmente mais leve, exige-se que todos (sadios ou doentes) fiquem em casa, que todos se distanciem uns dos outros e que todos usem máscaras faciais (cobrindo o nariz e a boca).

No hospicioAo sair pelas ruas, como preferir respirar o ar de dentro da máscara, cheio de gás carbônico, em vez do ar puro do ambiente? E qual a razão de usar máscara estando sozinho em uma sala ou em um automóvel? Será impedir que o vírus seja transmitido para si mesmo?

Mesmo quem não quer é obrigado a usar máscaras para entrar nos estabelecimentos comerciais. Sem a máscara não se consegue comprar nem vender. Será que, deste modo, as pessoas são “treinadas” para aceitar também aquilo de que fala o livro do Apocalipse no capítulo treze?

Faz também com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos recebam uma marca na mão direita ou na fronte, para que ninguém possa comprar ou vender se não tiver a marca, o nome da Besta ou o número do seu nome (Ap 13, 16-17).

Censura nas redes sociais

Hoje, infelizmente, qualquer pessoa, adulto, adolescente ou criança, tem acesso à pornografia que circula livremente pela Internet. Não há um esforço mundial para censurar tal conteúdo que destrói a inocência das crianças e a pureza dos jovens. No entanto, há uma censura sistemática contra todo e qualquer vídeo que informe algo supostamente “falso” em relação à COVID-19.

Ainda hoje se pode ter acesso à notícia “Avanço: Hospital no Piauí cura pessoas da covid-19 e esvazia UTIs com uso de cloroquina”, de 10 de maio de 2020, narrando o sucesso da aplicação de hidroxicloroquina, azitromicina e corticoides nas fases iniciais dos sintomas da doença, seguindo protocolos estabelecidos pela Dra. Marina Bucar Barjud. É possível ver uma fotografia com pacientes e médicos em festa. No entanto, os dois vídeos da matéria foram removidos pelo Youtube[5].

Video removido

 

 Quanto a Luc Montagnier, prêmio Nobel de Medicina, que em 1983 descobriu o vírus da AIDS, ainda é possível ler uma matéria em que ele condena o uso de vacinas de RNA mensageiro contra a COVID-19, alegando que os efeitos são absolutamente imprevisíveis (“Estamos brincando de aprendiz de feiticeiro!”)[6]. Embora a fotografia do virologista esteja disponível na página, há um retângulo negro indicando a remoção de um vídeo da plataforma Odysee.

Eficácia do tratamento precoce e perigos da vacinação experimental são assuntos removidos das redes sociais.

Fraude em revistas científicas bicentenárias

O “homicida desde o princípio” é também o “pai da mentira” (Jo 8,44). Para matar, ele mente. Em junho de 2020, duas revistas retrataram-se pela publicação de artigos baseados em dados supostamente coletados pela obscura empresa Surgirsphere.

A primeira revista foi The Lancet (fundada em 1823), que publicou em 22/05/2020 um artigo relatando a ocorrência de arritmia cardíaca grave em pacientes de vários países submetidos à cloroquina ou hidroxicloroquina[7]. A retratação ocorreu em 05/06/2020, a pedido dos próprios autores, por causa da inconsistência dos dados.[8]

A segunda revista foi The New England Journal of Medicine (fundada em 1812), que publicou em 01/05/2020 uma matéria que descrevia um aumento de mortes em pacientes internados com COVID que tivessem doença cardiovascular.[9] A retratação ocorreu em 04/06/2020[10] pelos mesmos autores e pelo mesmo motivo.

Esse escândalo sugere que a corrupção esteja presente até nos mais confiáveis veículos de publicação científica. Fica no ar a pergunta: a quem interessava fraudar dados para difamar o tratamento precoce com hidroxicloroquina?

Não tenhais medo

Jesus veio “destruir pela morte o dominador da morte, isto é, o diabo, e libertar os que passaram toda a vida em estado de servidão, pelo temor da morte” (Hb 2, 14-15). Ao enviar seus discípulos (Mt 10), por três vezes ele diz “não tenhais medo”. Em uma delas diz: “Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma” (Mt 10,28).

Contrariando a Boa Nova trazida por Jesus, a humanidade hoje é convidada a tremer de medo pela morte e a renunciar a tudo, ao trabalho, ao estudo, à locomoção, apenas para adquirir (supostamente) um prolongamento da vida mortal.

Todas essas medidas seriam justificáveis se fossem necessárias para evitar o pecado (a morte da alma) e conservar a graça – a vida de Deus em nós. Mas esta vida terrestre não vale tanto assim: “Aquele que acha sua vida, vai perdê-la, mas quem perde a sua vida por causa de mim, vai achá-la” (Mt 10,39).

O Pão da Vida

O maior triunfo do Maligno nesta pandemia não foi, porém, causar a morte em série de pessoas privadas do tratamento precoce e induzidas à internação hospitalar e à intubação. Seu maior triunfo não está também nas reações adversas das vacinas, nem mesmo quando elas levam à morte ou à alteração do genoma humano.

Proibida EucaristiaO maior triunfo de Satanás foi, sem sombra de dúvida, a negação do acesso dos fiéis à Comunhão Eucarística. Pela primeira vez na história, isso foi feito não por obra de um governo anticristão, mas pelos próprios pastores de almas. Para escaparem da morte, os fieis foram privados daquele alimento do qual disse o Senhor:

Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia (Jo 6,54).

E o Senhor não fez apenas um convite, mas uma ameaça:

Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós (Jo 6,53).

Essa ameaça ficou obscurecida. Pareceu à quase totalidade dos sacerdotes (as exceções foram poucas) que aos fiéis deveria ser negado o Pão da Vida para eles tivessem “vida” (com minúscula).

Sobretudo aqui se percebe a atuação do diabo em plena pandemia.

Anápolis, 7 de outubro de 2021

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do Pró-Vida de Anápolis

 


[2] Anne LETOUZÉ. L’ARN messager pose un problème éthique. France Catholique, n. 3714, 26 fév. 2021, p. 9. https://www.france-catholique.fr/L-ARN-messager-pose-un-probleme-ethique.html

[4] Leo MAASBURG. Madre Teresa: uma vida maravilhosa. São Paulo: Paulinas, 2015, p. 54.

[7] Mandeep R. MEHRA et alii. Hydroxychloroquine or chloroquine with or without a macrolide for treatment of COVID-19: a multinational registry analysis https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(20)31180-6/fulltext

[9] Mandeep R. MEHRA et alii. Cardiovascular Disease, Drug Therapy, and Mortality in Covid-19. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2007621

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