O bispo Thomas John Paprocki, da diocese de Springfield, Illinois, EUA, recomenda: “Pense e ore sobre o seu voto na próxima eleição”[1]. Em sua nota, ele fala explicitamente que o Partido Democrata apoia o aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo, que são intrinsecamente maus. Dom Paprocki não se sente no direito de se omitir para não parecer que está fazendo política partidária: “Minha tarefa não é dizer em quem se deve votar. Mas eu tenho o dever de falar sobre questões morais. Eu estaria abdicando desse dever se permanecesse em silêncio por medo de parecer ‘político’ e não dissesse nada sobre a moralidade dessas questões”. O outro grande partido, o Partido Republicano, também tem em seu meio aqueles que defendem tais pecados, “mas suas posições não têm o apoio oficial de seu partido”. O bispo afirma ter lido a plataforma do Partido Republicano e não ter encontrado “nada que promova um mal intrínseco ou um pecado grave”.
Foi também por questões morais, e não partidárias, que em 26 de agosto de
Não basta dizer: “Neguem seu voto aos Partidos comprometidos com o aborto”. É preciso informar aos eleitores quais são esses Partidos.
I. O primeiro passo é examinar o Partido a que pertence o candidato.
Os partidos que se dizem comunistas ou socialistas são incompatíveis com a Doutrina Social da Igreja:
“Socialismo religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista” (Pio XI, Quadragesimo Anno, n.º 119).
“Entre comunismo e cristianismo, o Pontífice [Pio XI] declara novamente que a oposição é radical. E acrescenta não poder admitir-se de maneira alguma que os católicos adiram ao socialismo moderado” (João XXIII, Mater et Magistra, n.º 31).
“O erro fundamental do socialismo é de caráter antropológico. De fato, ele considera cada homem simplesmente como um elemento e uma molécula do organismo social” (João Paulo II, Centesimus Annus, n.º 13).
Eis a lista dos partidos brasileiros que se declaram comunistas ou socialistas:
Partido dos Trabalhadores (PT)[2] – 13
Partido Comunista Brasileiro (PCB) – 21
Partido Popular Socialista (PPS), sucessor do PCB – 23
Partido Comunista do Brasil (PC do B) – 65
Partido da Causa Operária (PCO) – 29
Partido Democrático Trabalhista (PDT) – 12
Partido da Mobilização Nacional (PMN) – 33
Partido Pátria Livre (PPL) – 54
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) – 50
Partido Socialista Brasileiro (PSB) – 40
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) – 16
Exclua, portanto, os candidatos cujos números começam por
13, 21, 23, 65, 29, 12, 33, 54, 50, 40, 16 e 43.
E quanto às coligações?
Pode ser que um candidato pertença a um partido bom, mas coligado com um dos partidos acima. Isso não impede que você vote nesse candidato. A coligação se faz para cálculo do coeficiente partidário, mas não significa que os candidatos de um partido bom estejam comprometidos com a plataforma de um partido mau.
II. O segundo passo é examinar a atuação passada de seu candidato.
Se o seu candidato já foi parlamentar, verifique como foi seu voto em questões relativas à vida e à família. Por exemplo:
1) Verifique se em 02/03/2005 ele foi um dos deputados que votou contra ou a favor do artigo 5º da Lei de Biossegurança, que permite a destruição de embriões humanos.
2) Verifique se em 13/08/2008 ele foi um dos deputados que assinaram o Recurso 0201/08, de José Genoíno, solicitando que o projeto abortista PL 1135/91 não fosse arquivado, mas primeiro fosse apreciado pelo plenário da Câmara.
3) Verifique se em 28/05/2009 ele foi um dos deputados que assinaram a PEC 367/2009, pretendendo dar um terceiro mandato (pró-aborto) ao presidente Lula.
4) Verifique se em 19/05/2010 ele foi um dos deputados que votaram contra o Estatuto do Nascituro na Comissão de Seguridade Social e Família.
III. O terceiro passo é verificar o compromisso do candidato para o futuro.
Há uma lista de candidatos que se comprometeram a defender a vida em http://www.brasilsemaborto.com.br/?action=campanha&;cache=0.1641827216371894
Mas atenção: só devemos dar o terceiro passo depois de ter dado os dois primeiros.
Não adianta, por exemplo, que um candidato pertencente a um partido comprometido com o aborto, venha depois assinar um compromisso pela vida.
Cuidado com o voto nulo!
Anular o voto pode trazer alguma satisfação psicológica, mas acaba por contribuir para o aumento do mal que se quereria evitar. Os votos nulos, assim como os brancos, não são computados (art. 77, §2º, CF). Mas eles acabam contribuindo para eleger o candidato mais popular.
Para exemplificar: se dentre 1000 pessoas, nenhuma tiver votado branco ou nulo, todos os votos serão válidos e ganhará o candidato que receber mais de 50% dos votos, ou seja, 501 votos. Mas se dentre essas 1000 pessoas, 50 tiverem votado branco ou nulo, significa que teremos apenas 950 votos válidos. Portanto, o mesmo candidato será eleito se alcançar 476 votos.
Isso vale especialmente para o segundo turno, se estivermos diante de dois candidatos insatisfatórios. O único meio de se impedir a vitória do pior deles é votar no seu adversário.
Anápolis, 4 de outubro de 2012.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis