A Marcha dos Santos Inocentes em 2002

(uma manifestação em defesa da vida, pelas ruas de Anápolis)

Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação: Raquel chora seus filhos e não quer consolação, porque eles já não existem” (Mt 2,18 citando Jr 31,15).

No dia 28 de dezembro a Igreja celebra a festa dos Santos Inocentes. São as crianças mortas por ordem do rei Herodes, desejoso de exterminar o Menino Jesus, a quem os Magos procuravam como “o rei dos judeus recém-nascido” (Mt 2,2).

A ordem real era de matar todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e arredores. “Quantas crianças terão sido mortas? Belém teria, ao tempo de Cristo, mais ou menos mil habitantes. Tratando-se só de meninos antes da idade de dois anos, o cálculo aproximativo daria uns quarenta meninos no máximo” (CONTI, Dom Servilio. O santo do dia. 4. ed. rev. atual. Petrópolis: Vozes, 1990. p. 581).

Sem dúvida foi um massacre horrível. Mas menos horrível do que o instituído pelo então Ministro da Saúde José Serra em novembro de 1998, com a expedição da Norma Técnica “Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes”. O massacre brasileiro não se restringe a uma aldeia nem a um dia. Estende-se por todo o território nacional até os dias de hoje, há mais de quatro anos,  fazendo um incontável (e crescente) número de vítimas.

Uma crueldade como essa, que  o governo Lula prometeu continuar a praticar, não poderia permanecer silenciosa. Neste dia 28 de dezembro de 2002, na cidade de Anápolis (GO), por volta das 9h 40min, fez-se a tradicional “Marcha dos Santos Inocentes”, uma manifestação pública de respeito à vida e de repúdio ao aborto.

A som da música “Senhor Ministro” (solicitando a revogação da Norma Técnica do Aborto), marcharam os artistas da equipe de teatro Éfeta representando o rei Herodes, os soldados matando bebês, as mulheres da Judéia em prantos e a Sagrada Família, que escapou do massacre. Estiveram presentes também as crianças órfãs do Lar dos Meninos Monsenhor Pitaluga, carregando pequenos berços vazios, símbolo dos bebês abortados. Participaram também jovens e adultos portando faixas e cartazes de protesto contra o aborto. A Marcha, que paralisou por algum tempo as principais ruas do centro de Anápolis, encerrou-se com a Santa Missa celebrada na Catedral do Bom Jesus por Dom Manoel Pestana Filho, Bispo Diocesano.

 

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Vista superior da Marcha. À frente, crianças carregando berços vazios. Depois, o carro de som. Em seguida, pessoas com faixas e cartazes.

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Carro alegórico com a Sagrada Família. Ao fundo, pode-se ver Herodes com os soldados.

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O rei Herodes com seu decreto ordenando a morte dos inocentes. Soldados com lanças espetadas em bebês de plástico.

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Atrás do cartaz com a famosa frase do Santo Padre, um médico e uma enfermeira portando uma bandeja representando os restos mortais de uma criança abortada.

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Pe. Frederic Voix e as crianças do Lar dos Meninos Monsenhor Pitaluga carregando berços vazios e cartazes.

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Dom Manoel Pestana Filho, à frente da Catedral do Bom Jesus, e uma faixa com a jaculatória por ele criada: “Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto”.

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Santa Missa de Encerramento, celebrada na Catedral do Bom Jesus por Dom Manoel Pestana Filho. À esquerda, Pe. Walter Trautenberger (Corumbá de Goiás). À direita, Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, presidente do Pró-Vida de Anápolis.

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Santa Missa de Encerramento. No banco da frente, a Sagrada Família.

  

Anápolis, 29 de dezembro de 2002.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis

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