Algumas pessoas, contrárias ao aborto, não se assustam tanto com o perigo de sua legalização. Dizem elas que pouca coisa vai mudar. Pois o aborto já é praticado às ocultas no Brasil. Apenas o que é clandestino vai passar a ser legal.

Ora, este argumento é falso. Legalizar ou não o aborto não é a mesma coisa! A diferença é enorme!

Uma coisa é você viver em uma nação cheia de criminosos que infringem a lei. Outra coisa é você viver numa nação criminosa, onde o crime já se tornou lei.

Uma coisa é você não conseguir combater o aborto com as forças policiais. Outra coisa bem diferente é você declarar que a matança dos inocentes não deve ser combatida porque é um direito do cidadão matar seus filhos.

Uma coisa é a justiça estar apenas no papel, mas não na prática. Outra coisa muitíssimo pior é a justiça não estar nem sequer no papel, mas ser trocada por uma lei injusta.

Uma coisa é haver indivíduos, por numerosos que sejam, que não honram as leis justas da pátria. Outra coisa muito mais grave é uma pátria nem ao menos ter leis justas para serem honradas.

Uma coisa é o crime de muitos brasileiros contra a vida. Outra coisa é o crime da própria nação brasileira contra o direito sagrado e inviolável à vida.

Recordando as palavras de Dom Manoel Pestana, Bispo de Anápolis, uma nação que legaliza o aborto não merece subsistir.

A partir do dia em que o aborto se tornar lei, não haverá apenas uma mudança quantitativa nos assassinatos intra-uterinos. Haverá uma mudança qualitativa essencial: o Brasil se terá tornado formalmente uma nação inimiga de Deus.

Anápolis, 11 de junho de 1996.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

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