Foi no dia 22 de janeiro de 1973 que a Suprema Corte dos Estados Unidos, na Sentença conhecida como Roe versus Wade, declarou solenemente que as crianças por nascer não eram cidadãs americanas e que, portanto, podiam ser abortadas.
Desde então, a cada ano o dia 22 de janeiro tornou-se famoso pela enorme manifestação nas ruas de Washington conhecida como Marcha pela Vida (“March for Life“) exigindo a revogação da lei do aborto. Sempre dezenas de milhares de pessoas enfrentam o inverno e marcham portando faixas, cartazes e gritando pelos que não podem gritar. Nos últimos oito anos da administração Clinton, o grito da multidão pró-vida era sumariamente ignorado. Desta vez, com a eleição de George W. Bush, a situação mudou. Em um discurso que mais se assemelha a uma alocução do Santo Padre, Bush afirmou querer defender a “cultura da vida”, uma vez que “cada pessoa, em cada estágio e época da vida, é criada igual, à imagem de Deus”. Seu sonho é chegar o dia em que toda criança seja “bem-vinda em vida e protegida por lei”.
Bush não ficou apenas no discurso. No mesmo dia ele assinou uma ordem restaurando o “Mexico City Policy”. Que é isso? É uma política de ação que vigorou desde 1984 até 22 de janeiro de 1993, quando o Presidente Clinton anulou-a em seu terceiro dia no poder. De volta em vigor, esta política corta a ajuda financeira dos Estados Unidos a qualquer organização privada que promova o aborto nas nações estrangeiras.
A seguir, a íntegra do discurso do Presidente:
Boa tarde, cidadãos amigos e companheiros. Dois dias atrás, os americanos reuniam-se no Washington Mall para celebrar nossos ideais da Nação. Hoje, vocês estão reunidos para lembrar a nosso país que um daqueles ideais é o infinito valor de cada vida.
Eu aprecio profundamente a mensagem e o trabalho de vocês. Vocês olham os fracos e os indefesos, e tentam ajudá-los. Vocês olham a dificuldade de muitas jovens mães e seus filhos não nascidos, e importam-se com ambos. De muitos modos, vocês tornam nossa sociedade mais compassiva e acolhedora.
Nós compartilhamos um grande objetivo: trabalhar rumo a um dia quando cada criança será bem-vinda em vida e protegida por lei. Sabemos que isso não virá facilmente, ou de uma vez. Mas o objetivo conduz-nos adiante: construir a cultura da vida, afirmando que cada pessoa, em cada estágio e época da vida, é criada igual, à imagem de Deus.
As promessas de nossa Declaração de Independência não são apenas para os fortes, os independentes ou os sadios. Elas são para todos – incluindo as crianças não nascidas. Somos uma sociedade com compaixão e riqueza e amor suficientes para amar tanto as mães como seus filhos, para descobrir a promessa e o potencial em cada vida humana.
Creio que estamos fazendo progressos em direção a esse objetivo. Eu confio nos bons corações dos americanos. Confio na promessa reveladora de nosso país – um círculo crescente de inclusão e proteção. E confio na civilidade e bom senso de nossos cidadãos — a disposição de engajar nossas diferenças em espírito de tolerância e boa vontade.
Todos vocês que marcharam hoje nunca se cansaram em uma boa causa. Obrigado por sua convicção, seu idealismo e sua coragem. Possa Deus abençoar a todos vocês.
GEORGE W. BUSH
Casa Branca, Washington, 22 de janeiro de 2001
Anápolis, 28 de janeiro de 2001
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anapolis