CENAS DA MANIFESTAÇÃO PRÓ-VIDA
DO DIA 28 DE DEZEMBRO DE 2001
NAS RUAS DE ANÁPOLIS
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Anápolis – No dia 28 de dezembro, a Igreja comemora a festa dos Santos Inocentes, massacrados pelo rei Herodes na esperança de matar o menino Jesus. Tradicionalmente nessa data a Diocese de Anápolis promove uma marcha de crianças percorrendo as principais ruas da cidade. O objetivo da Marcha é defender a vida dos pequeninos e protestar contra as tentativas de legalizar o aborto. Em 28 de dezembro de 2001, sexta-feira, a Marcha partiu da Catedral do Bom Jesus às 9 h 20min e terminou no mesmo lugar com a Santa Missa às 10h 20min, celebrada por Dom Manoel Pestana Filho, Bispo Diocesano.
DRIBLE
Conscientes de que era muito difícil — praticamente impossível — aprovar a lei do aborto pelo Congresso Nacional, os abortistas tentaram driblar o Poder Legislativo de uma maneira simples (e astuta): pressionaram o então Ministro da Saúde Carlos Albuquerque para que assinasse uma portaria “regulamentando” a prática do aborto no SUS. Como médico (e como ser humano), Carlos Albuquerque não aceitou a proposta. Foi necessário esperar a posse do novo Ministro.
JOSÉ SERRA
No dia 9 de novembro de 1998, o novo Ministro da Saúde José Serra colocava seu nome em um documento previamente elaborado por abortistas famosos do Brasil inteiro, entre eles, o Dr. Jorge Andalaft, chefe do setor de abortos do Hospital de Jabaquara, São Paulo. O documento não era uma portaria, como seria de se esperar. Não tinha um número, nem fora publicado no Diário Oficial da União. Que era então? Uma “Norma Técnica”. Seu nome: “Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes“. Seu conteúdo: instruções sobre a prática de aborto em supostas vítimas de violência sexual. A Norma sabe usar de muitos eufemismos para encobrir a crueldade que ensina: ao invés de bebê, fala-se em feto ou embrião. Os restos mortais da criança são chamados “material embrionário ou fetal eliminado”. O aborto é chamado “esvaziamento da cavidade uterina” ou simplesmente “interrupção da gravidez”.
ATÉ CINCO MESES
A Norma prevê a morte de crianças de até cinco meses, cujos pais tenham sido estupradores. Para elas, a morte é feita através do misoprostol, uma substância que provoca violentas contrações no útero e expulsa o bebê pre-maturamente. Com uma idade dessas, a criança pode respirar e chorar… mas por pouco tempo. Logo morrerá e será jogada na lata de lixo mais próxima.
ATÉ TRÊS MESES
Se a criança tiver até três meses de vida, ela pode ser aspirada em pedacinhos (AMIU – aspiração manual intra-uterina) ou esquartejada (curetagem). Não é recomendável falar sobre isso durante uma refeição.
COM ALGUNS DIAS DE VIDA
Se o bebê for recém-concebido, a Norma prevê o uso de uma dose enorme de hormônios para abortá-lo. Trata-se do microabortivo conhecido como “pílula do dia seguinte”, que a Norma chama com o eufemismo de “contraceptivo de emergência”.
O QUE É A “NORMA TÉCNICA” DO ABORTO?
Trata-se de uma pergunta difícil. A Norma é camaleônica. Não é lei (pois só o Poder Legislativo poderia criá-la). Também não é uma portaria (pois falta um número, uma data e a publicação no Diário Oficial). Ela é apenas um guia de instruções sobre o aborto. Foi distribuída às dezenas de milhares nos hospitais do SUS. Graças a ela, vários hospitais, nos últimos três anos converteram-se em matadouros infantis.
HERODES OU PILATOS?
Na Marcha dos Santos Inocentes, a associação da figura de Herodes com o Ministro José Serra é quase espontânea. Vários já fizeram isso, inclusive o Primeiro Secretário da Câmara, Deputado Severino Cavalcanti (PPB/PE). No entanto, talvez a figura de Pilatos seja mais adequada. Pois — justiça seja feita — José Serra nunca foi um abortista de plantão. Não pode ser equiparado a um José Genoíno, a uma Marta Suplicy ou a uma Zulaiê Cobra. Certamente ele assinou a Norma do aborto — assim como Pilatos deu a sentença de morte a Jesus — mas não foi ele quem a elaborou, nem quem a encomendou. Sua falta consiste em não ter resistido à pressão dos abortistas que o assessoravam.
REPRESENTAÇÃO TEATRAL
A Marcha contou com a Equipe de Teatro Éfeta, que, com a graça de Deus, fez uma alegoria do triste episódio da matança dos inocentes. Os espectadores puderam ver Herodes exibindo um pergaminho com seu decreto, as mulheres da Judéia chorando e soldados armados com lanças espetadas em bebês de plástico. Tudo isso ao som da música “Senhor Ministro, revogue a Norma Técnica…” O encerramento aconteceu às 10h 20min, na Catedral do Bom Jesus, com a Santa Missa celebrada pelo Bispo Dom Manoel Pestana Filho e concelebrada pelos sacerdotes presentes: Mons. Mário Cuomo (pároco da Catedral), Pe. Joel Alves (pároco de Jaranápolis), Pe. Walter Trautenberger (pároco de Corumbá de Goiás) e eu.
RUMO À LEI DO ABORTO
Enquanto a lei do aborto não existe, a Norma Técnica, apesar de ilegal e inconstitucional, está tornado o aborto uma situação de fato nos hospitais públicos. Quando a visão de bracinhos e perninhas de bebês misturados com gaze e algodão nas lixeiras hospitalares for uma cena comum, trivial, aceitável… terá então chegado a hora de pôr em votação e aprovar um dos vários projetos de lei abortista em tramitação no Congresso Nacional.
Deus se compadeça de nós.
Anápolis, 28 de dezembro de 2001.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis