Como o grego Diógenes, procuro de dia, com a lanterna acesa, por algum candidato que não mate criancinhas… que respeite a vida e a família. Mas está difícil encontrá-lo. Vejamos:
1) José Serra
Tem o seu nome manchado pela assinatura da “Norma Técnica” do aborto. O nome da Norma Técnica é “Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes“. Foi assinada por José Serra a pedido do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que já havia em vão pressionado o Ministro antecessor Carlos Albuquerque a fazer o mesmo. Embora a palavra “aborto” não apareça no título, a Norma trata especificamente — e quase exclusivamente — de instruir os hospitais do SUS a abortar crianças de até cinco meses que supostamente tenham sido geradas em um estupro. Teoricamente só seriam abortados os bebês filhos de estupradores. Na prática, qualquer mulher pode abortar. Pois o único documento exigido para que a mulher “prove” que foi violentada é a sua própria palavra, escrita em um boletim de ocorrência policial (B.O.). São recomendados (mas não são obrigatórios!) o registro de atendimento médico à época da violência sofrida e o laudo do Instituto Médico Legal. Estão assim escancaradas as portas para a falsificação de estupros e o aborto em série. José Serra traz consigo a mancha de ter sido o introdutor da prática do aborto no SUS em nível federal. E tudo com o dinheiro de nossos impostos, contrariando toda a legislação que protege a vida da criança por nascer.
Outra mancha: a distribuição maciça de preservativos no Carnaval, corrompendo a juventude e disseminando a AIDS com a propaganda enganosa do “sexo seguro”: 10 milhões foram distribuídos no Carnaval de 2000, 22 milhões em 2001 e 21 milhões em 2002. Resultado: a epidemia da AIDS sofreu um aumento de 11,3% no número de pessoas infectadas (de 14 a 49 anos), em um prazo de apenas 2 anos: 536.920 pessoas em 1998 e 597.443 pessoas em 2000. Fonte: Coordenação Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde. Perto de tais números, os casos de dengue são “café pequeno”.
2) Luiz Inácio Lula da Silva
Seu partido (PT) poderia ser chamado, sem exagero, o “partido do aborto”. No momento, há oito projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional com o objetivo de legalizar e/ou favorecer a prática do aborto. Seis são de autoria do PT, um do PTB e um do PPB!
São de autoria do PT:
1º) Projeto de Lei 20/1991: dos deputados Eduardo Jorge (PT/SP) e Sandra Starling – (PT/MG) Dispõe sobre a obrigatoriedade de atendimento dos casos de aborto previstos no Código Penal, pelo Sistema Único de Saúde. Situação: Pronto para Pauta. [Nota: foi a dificuldade em fazer aprovar esse projeto que levou os abortistas a pressionarem o Ministro José Serra para que introduzisse o aborto no SUS com uma única canetada, driblando o Congresso Nacional.]
2º) Projeto de Lei 176/1995: do deputado José Genoíno (PT/SP) Dispõe sobre a opção da interrupção da gravidez (por simples solicitação da gestante!). Situação: Apensado ao Projeto de Lei-1135/1991, tramitando em conjunto.
3º) Projeto de Lei 605/1999: do deputado Professor Luizinho (PT/SP) Dispõe sobre a obrigatoriedade dos servidores das Delegacias de Polícia informarem às vítimas de estupro sobre o direito de aborto legal. Situação: Aprovado pela Câmara. Enviado ao Senado, onde recebeu o nome PLC 18/2001. Tramitação em regime de urgência sustada graças a requerimento do Senador Pedro Simon (PMDB/RS). Aguardando Parecer do relator Sebastião Rocha (PDT/AP) da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
4º) Projeto de Lei 1135/1991 dos deputados Eduardo Jorge (PT/SP) e Sandra Starling (PT/MG): Suprime o artigo 124 do Código Penal Brasileiro (o aborto provocado pela própria gestante deixa de ser crime). Situação: Pronto para Pauta.
5º) Projeto de Lei 1174/1991 do deputado Eduardo Jorge (PT/SP) Dá nova redação ao artigo 128 do Código Penal (ampliando os casos de não punição do aborto). Situação: Apensado ao Projeto de Lei 1135/1991, tramitando em conjunto.
6º) Projeto de Lei 1956/1996 da deputada Marta Suplicy (PT/SP) Autoriza a interrupção da gravidez nos casos que menciona (má formação fetal – aborto eugênico). Situação: Apensado ao Projeto de Lei 1135/1991, tramitando em conjunto.
São de autores fora do PT:
7º) Projeto de Lei 3280/1992 do deputado Luiz Moreira (PTB/BA) Autoriza a interrupção da gravidez até a 24ª semana nos caso previstos na presente lei (má formação fetal – aborto eugênico). Situação: Apensado ao Projeto de Lei 1135/1991, tramitando em conjunto.
8º) Projeto de Lei 2929/1997 do deputado Wigberto Tartuce (PPB /DF) Permite às mulheres estupradas por parentes a interrupção da gravidez. Situação: Apensado ao Projeto de Lei 1135/1991, tramitando em conjunto.
Que acha Lula sobre o aborto?
O Partido dos Trabalhadores (PT) havia acabado de nascer. A Editora O Repórter de Guarulhos publicou então o livro Lula. Luís Inácio da Silva: Entrevistas e Discursos. A obra não é agradável de ser lida. A linguagem é vulgar, cheia de palavrões, que refletem o nível cultural e moral do atual candidato. Lula fala sobre os contatos sexuais que as crianças de sua época tinham com animais, já aos 10 ou 12 anos. Aos dezesseis anos, ele teve sua primeira experiência sexual. Foi com uma mulher “numa dessas casas de São Paulo” (p. 204). Depois que ficou viúvo, diz ele que endoidou de vez: “Eu queria sair com mulher de segunda a domingo” (p. 204). Sua posição sobre o aborto é perfeitamente coerente com a libertinagem de sua vida, a respeito da qual não demonstra vergonha ou arrependimento. Vejamos:
“— O que você acha da legalização do aborto?
— Eu posso até ser mal interpretado, sabe, mas sou contra a legalização do aborto. Sou contra por dois aspectos, espera aí, sou contra não, minto, minto, minto. Eu sou a favor do aborto. Primeiro porque eu acho que a pessoa pode cometer um erro. Às vezes, nascer a criança é muito mais prejudicial do que praticar o aborto. O que não adianta é a coisa ficar na clandestinidade e acontecerem milhões de casos. Muitas vezes as pessoas perdem a vida arriscando-se a tomar remédios inadequados, arriscando-se a se tratar com pessoas incapacitadas. Então, seria muito melhor legalizar isso, sabe, dar condição de salvar pelo menos a vida da mãe. Para evitar que as mulheres tomem remédios feitos em casa, tentem ir atrás de feiticeiros, de chá de cobra, de enfermeiros, de parteiros, sei lá. O ideal seria que não precisasse ninguém abortar, mas, como existe essa necessidade, o aborto deveria ser legalizado.” (LULA. Luiz Inácio da Silva: Entrevistas e Discursos. 2. ed. Guarulhos: O Repórter de Guarulhos, 1981. p. 238).
Não é preciso ter o dom da adivinhação para prever que, se Lula for eleito Presidente da República, todos os projetos abortistas de seu Partido facilmente se converterão em leis. Deus nos livre…
3) Anthony Garotinho
Ele se diz “evangélico” e pretende obter os votos de seus correligionários. No entanto, enquanto governador do Rio de Janeiro, liberou a “visita íntima” a homossexuais em presídios do Estado e “também regulamentou a lei 3406, de maio de 2000, que proíbe e pune a discriminação por orientação sexual (sic!) em lojas, associações e sociedades civis. (…) O secretário estadual de Direitos Humanos, João Luiz Pinaud, diz que o projeto de visita íntima a presidiários homossexuais será iniciado em dois presídios, um masculino e outro feminino. Ele informou que os agentes penitenciários e presos já estão recebendo treinamento e orientação para se adaptarem ao novo sistema de visitas íntimas”. (VISITA ÍNTIMA PARA HOMOSSEXUAIS É LIBERADA EM PENITENCIÁRIAS DO RIO. Folha de S. Paulo, São Paulo, 17 nov. 2001, Caderno Cotidiano, p. C3)
Com esta atitude, Garotinho não pode dizer que “ama o pecador, mas detesta o pecado”, segundo o célebre provérbio cristão. O que ele fez foi fomentar o pecado. Criou condições para que os homossexuais pratiquem, dentro do presídio, o vício contra a natureza, um dos pecados que clama aos céus (cf. Gn 18,20). Qual cristão poderá votar nele?
4) Ciro Gomes
É o mais sincero de todos os abortistas. Vejamos suas palavras em 1998:
“BRASÍLIA. Se eleito, o candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, vai trabalhar para que a prática do aborto deixe de ser crime. Ciro Gomes defendeu ontem a descriminação do aborto em qualquer caso [grifei]. Para ele, não é possível ignorar o grave problema social que permite a mulheres ricas fazer abortos em clínicas médicas, assépticas, enquanto as pobres são obrigadas a se submeter a métodos perigosos sem qualquer condição de higiene.” (CIRO QUER QUE ABORTO DEIXE DE SER CRIME. O Globo, Rio de Janeiro, 31 jan. 1998, Primeiro Caderno).
5) Marco Maciel
A decisão do PMDB de indicar um vice para José Serra parece que destrói a candidatura de Pedro Simon, uma das nossas possíveis esperanças. Segundo uma triste notícia, até agora não desmentida, no dia 2 de maio de 2002, Pedro Simon “teceu uma série de elogios a Serra, a quem classificou como um candidato ‘progressista, o mais preparado e competente’ entre os presidenciáveis” (SIMON AGORA É SERRA. Correio Braziliense, Brasília, 03 maio 2002, p.14).
Depois da desistência de Roseana Sarney, se o PFL decidisse lançar seu próprio candidato, o melhor nome, sem dúvida, seria Marco Maciel, atual vice-presidente da República. Sobre a conveniência da candidatura de Marco Maciel, nada melhor do que ler o que os próprios abortistas falam dele. A “charge” abaixo foi retirada de uma coluna abortista do Correio Braziliense, publicada em 17/09/1997, p. 8. Na época, estava em pauta o Projeto de Lei 20/91, que pretendia obrigar o SUS a fazer aborto. A resistência que o projeto encontrou na Câmara (os abortistas dizem que Marco Maciel foi um dos “culpados”) é que levou os promotores do aborto a buscarem um caminho “alternativo”: pressionar o Ministro da Saúde a assinar uma tal de “Norma Técnica”. Acho que já ouviram falar dela…
Anápolis, 05 de maio de 2002.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis