(só as que acolhem seus filhos conseguem sorrir de verdade)
Em 1995, a revista Veja publicou uma entrevista[1] com Sra. Joana Leal Lima, 41 anos, que havia engravidado em razão de um estupro em outubro de 1992 e havia feito aborto em janeiro de 1993 no Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya (Jabaquara), o pioneiro em São Paulo e no Brasil em matar crianças com dinheiro público. Na matéria, os profissionais que fizeram o aborto eram apresentados como heróis, “anjos de branco”, a quem Joana viera presentear com flores. No entanto, por mais que os jornalistas tentassem fazer propaganda do aborto, que supostamente teria deixado aquela senhora “com a alma em paz”, não conseguiram fotografar mais do que um sorriso amarelo em um rosto sombrio. Ao olhar tal imagem, até se poderia perguntar se aquelas flores eram destinadas aos que fizeram o aborto ou à criança que fora abortada.
Durante toda a entrevista, ela não transpirava paz, mas inquietude:
Desde o primeiro segundo eu falei para mim: ‘Isto aqui não vai nascer. Isto não é um filho’.
[…]
‘A mãe não está grávida. Não fale nunca que a mãe está grávida. Grávida eu fiquei de você e do seu irmão, com muito amor. Isto daqui a mãe vai tirar. Essa violência que está dentro de mim a mãe vai eliminar’.
[…]
Pedi minhas férias no trabalho, juntei todo o dinheirinho que eu tinha e decidi tirar aquela sujeira de dentro de mim de qualquer jeito.
Fogo cruzado
Quase dois anos mais tarde, em 14/09/1997, às 22 horas, no programa Fogo Cruzado, transmitido pela TV Bandeirantes, Joana Lima, agora com 43 anos, apareceu ao vivo para prestar seu depoimento, desta vez junto com duas outras vítimas de estupro seguido de gravidez: Gilvanete Diniz, 28 anos, de Brasília e Agnalda Oliveira, 23 anos, de Goiânia. A diferença é que as duas últimas tinham dado à luz. Somente Joana havia feito aborto.
Gilvanete contava sorrindo que dois anos atrás havia engravidado em razão de uma violência. Interrogada por que havia decidido dar à luz, ela respondeu: “Porque a criança, a vida é muito importante. Se uma árvore, um cachorro tem direito à vida, por que não um ser humano, principalmente um inocente?”.
Agnalda, violentada um ano atrás, estava sorrindo. Quando o entrevistador perguntou “você ama seu filho?”, ela respondeu: “Amo. A coisa que eu mais gosto no mundo é meu filho. Ele mora na Bahia com minha mãe. Tenho sentimento de culpa por ter tentado abortar”.
Joana, ao contrário, mostrava-se tensa, nervosa, séria, rangendo os dentes de raiva. Dizia que não estava arrependida: “Ele não era um filho. Era uma coisa dentro de mim, uma bola de neve. Filho se faz com amor, não em cima de um revólver. Eu me sinto aliviada. Eu estou viva”.
Digno de nota é que Gilvanete discordou de Joana em público: “Eu amo meu filho. Não é imundo, nem uma bola de neve, de jeito nenhum. É um ser humano. É uma vida. É uma criança viva, sadia”.
A farsa do aborto legal
Dez dias depois, em 24/09/1997, reuniu-se no Espaço Cultural da Câmara dos Deputados, em Brasília, um grupo de juristas e médicos para um seminário intitulado “A farsa do aborto legal”. Entre eles estava o Desembargador José Geraldo Barreto Fonseca, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Quando lhe foi dada a palavra, ele se referiu àquele programa de televisão:
Lembro-me de um debate a que assisti num programa da TV Bandeirantes, um dos raros debates honestos sobre o aborto. Acho que foi no programa Fogo Cruzado. Foram ouvidas três moças que haviam sido estupradas. As três procuraram fazer o aborto, só uma conseguiu. Uma delas foi a diversos hospitais e, como não havia essa lei ‘regulamentadora’ — entre aspas — obrigando os hospitais a fazer o aborto, sem sequer respeitar a liberdade de consciência do médico, não conseguiu o aborto. Outra também, ao final, desistiu de fazê-lo. Uma delas, infelizmente, fez o aborto. Eu tive pena dela, porque até hoje sofre o trauma de ter sido estuprada. Tinha um ricto[2] de ódio no rosto que a tornava feia. Até antipatizávamos com ela, coitada. Ao ser perguntada se havia se arrependido por ter perdido o bebê, disse: ‘Não, isso não era um bebê, era uma sujeira que estava dentro de mim’. Quer dizer, tinha um ricto de ódio e ficava antipática. Perguntaram às duas outras moças: ‘A senhora quis abortar? — Quis. Procurei e não consegui. — E a senhora chegou a ter seu filho? — Tive, não deu. Quer dizer, foram cozinhando o ovo e eu acabei dando à luz; tive o meu filho. — E agora, o que a senhora vai fazer? — Ah, é o melhor presente que já recebi’. E estava felicíssima, sorrindo. Ela quase agradecia por ter sido estuprada, mas não se lembrava. Ela esqueceu que foi estuprada, estava feliz. E à segunda moça chegou-se até a perguntar: ‘E o seu menino, não tem nenhuma sequela? Ele é filho de um estuprador, talvez de um tarado’. Ela respondeu: ‘Não, meu menino é maravilhoso, nem doenças ele tem. Ou melhor, uma vez ou outra tem uma alergiazinha por causa do ar de Brasília’. Deve morar em Brasília. Alguns assistiram, podem confirmar. Foi isso mesmo.
Estavam felicíssimas. Houvesse essa lei sido aprovada, nós teríamos três moças infelizes e não uma só[3].
Suicídio após aborto
Se quisermos encontrar um rosto radiante de alegria em uma vítima de estupro, não devemos procurá-lo entre as mulheres “aliviadas” por terem abortado. Sorrisos verdadeiros e corações em paz encontramos naquelas que acolheram seus filhos, sem preconceito quanto ao modo como foram concebidos.
É o caso de Elizabeth, costarriquenha, felicíssima ao lado de sua filha Gaudy, fruto da violência. Infelizmente este não foi o caso de Karol, amiga de Elizabeth, estuprada no mesmo dia que ela e grávida também em razão do estupro. Karol optou pelo aborto, mas nunca conseguiu perdoar-se. Invejava imensamente Elizabeth, com sua filhinha no colo. Poucos meses depois, suicidou-se[4].
Chris Tonietto está de parabéns
A deputada Chris Tonietto (PSL/RJ), após ter protocolado o Projeto de Lei 2893/2019, que revoga o artigo 128 (não punição do aborto) do Código Penal, protocolou ainda em 18 de julho o Projeto de Lei 4150/2019, que dá nova redação ao artigo 2º do Código Civil. Se aprovado o projeto, o artigo 2º do Código Civil passará a vigorar com a seguinte redação: “A personalidade civil do ser humano começa desde a sua concepção”. Isso acabará de vez com a tese, tão difundida nas faculdades de Direito, de que o nascituro é apenas “expectativa de pessoa” e que possui apenas “expectativa de direitos”. De todos os projetos já apresentados nas últimas décadas para defender o nascituro, nenhum deles se iguala em importância às duas propostas acima.
Parabenize a deputada
Telefone: (61) 3215-5446
E-mail:
dep.christonietto@camara.leg.br
“Parabéns, deputada Chris Tonietto, pelo PL 2893/2019 e pelo PL 4150/2019. Conte com nosso apoio e com nossas orações!”
Anápolis, 5 de agosto de 2019.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis.