(se os que defendem o aborto lessem esta história…)

A impressionante carta tem oito páginas manuscritas. O envelope traz um carimbo da ECT com a data de 6 de agosto de 2002. No entanto, a autora, para preservar o nome de terceiros envolvidos em sua história, preferiu ocultar-se sob o apelido de “Lumina”. Seu relato, que contém peculiaridades notáveis, confirma o quadro clínico denominado pelos médicos “síndrome pós-aborto”. Com a experiência de quem praticou três abortos, Lumina tem mensagens especiais dirigidas ao ex-Ministro José Serra, aos médicos, aos psiquiatras e aos pais de família.

Pela leitura do texto, percebe-se que Lumina deixou as emoções fluírem livremente, sem se preocupar muito com a gramática e a ortografia. Deixei a carta intacta. Apenas inseri entre colchetes uma palavra que parecia estar faltando.

Vale a pena ler o testemunho em sua íntegra e depois assinalar as partes mais marcantes. Se os que defendem o aborto lessem coisas semelhantes…

Maria Santíssima se compadeça de nós.

Anápolis, 26 de agosto de 2002.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis

 


 

Pe. Lodi, A paz de Cristo!

Esta página não deveria existir, ao menos não com o que segue descrito abaixo, sei que não estava no plano de Deus.

Existem horrores descritos abaixo.

Tudo começa pela necessidade de sentir-se amada. Eu não lembro quase nada da minha infância . O que tenho são cenas espaçadas e “quase todas” cruéis. Lembro de minha mãe retornando e indo a sanatórios. Lembro de terem me dito que ela era débil-mental (e repeti isso a uma professora com a inocência própria de uma criança). Afinal ela havia pedido o que era minha mãe. Lembro que ao retorno dessas idas ela voltava para casa, me dava um beijo e esforçava-se ao máximo, para deixar tudo limpo e bonito.

Hoje sei que isso continua impossível, família numerosa e somente eu de filha mulher. (uma escadinha de crianças)

Mas isso não tinha importância alguma, pois ao primeiro sinal de cansaço e fadiga, ela era maltratada, humilhada, enfim vivia no inferno terrestre (Sabe Pe. Lodi, o inferno terrestre eu também o conheço).

Na verdade eu não pude espelhar-me na minha mãe, pois a imagem que criaram para ela [foi] por demais ruim. Então não fui obediente. Sinto até hoje que no fundo ela gostaria de ter tido só filhos homens.

Meu pai? Ah! meu pai, era bom, forte, trabalhador, o Sr. FULANO penso que meu pai não conhece o bem e o mal, lhe falta, discernimento, minha mãe diz que ele não de ninguém.

Isso sem falar na vida profissional dela, que aniquilaram.

Hoje em dia sabemos que se tratou de política, mas naquele tempo, ainda não era tão declarado as barbáries que se faz também em nome da política. Ah! Pe. Lodi, nos devem tanto, tanto!!!

Então, vivia em busca. Busca desesperada para sair daquele ambiente. Queria ser reconhecida, queria ser querida, queria que gostassem de mim. Já adolescente, não faltou a 1ª cunhada para me mostrar como ela era bonita e eu gorda e desajeitadinha.

.As cunhadas que se seguiram foram e são uma verdadeira cruz aos meus irmãos. (Olhe Pe. Lodi, eu gostava delas, afinal minha mãe me ensinou a gostar de todos.)

Surge o primeiro “namorado” na verdade uma paixão, é claro, não quis saber de mim e já as primeiras caricias amorosas (13 ou 14 anos)

Minha mãe percebeu e o desprezo ainda pode ficar maior, sofri, chorei, andando, tropeçando, caindo e cada vez com sentimentos de menor valor (hoje chamam baixa auto estima)

Reuni forças e quis estudar. Precisava ter uma profissão, quem sabe daí me dariam valor, sentia eu!

Na verdade fui uma pessoa que sentia tudo e não pensava. Acho que o saber pensar, consegue direcionar os passos e ações.

A propaganda veiculada era que a informática era a profissão do futuro. Não teve dúvidas, prestei vestibular e passei. Mais uma desgraça.

Sabe qual o problema? As habilidades naturais nunca foram para a área de ciências exatas.

Sabe o que aconteceu?

Mais frustrações, mais humilhações, pois eu não tinha um bom desempenho. Ah! Pe. Lodi , como me afligia tudo isso, eu era esforçada, queria aprender, queria estudar e nada dava certo!

Enfim, o curso seria num período normal de 4 anos e eu o TERMINEI em 5 anos. (Hoje, posso dizer que sou ótima em expressar o pensamento logicamente, “não serve para muita coisa não).

Pe. Eu não podia voltar para casa, eu não podia trocar de curso, pois lembro que meu pai disse que eu começava e não terminava as coisas.

Paralelo a isso tudo, continuava a busca incessante por um marido, queria casar, precisava casar, não escolhia namorado, quem aparecia poderia ter qualidades e lá ia eu.

Não é necessário dizer, sobre relações sexuais, e também é certo que ao período de um tempo, já não gostava mais e assim prosseguia. (Hoje tive penso eu, um dos namorados que seria uma boa pessoa).

Quem procura, acha! E encontrei o mentor do que mais me faria sofrer. O assassino das três crianças que eu deveria ter tido.

Foram 5 anos de convivência sob a aparência de namoro, quando notei que estava demorando para me casar, engravidei.

Deu errado!!! Ele não quis casar, quis abortar.

E foi o que fiz, chorava e abortava, chorava e abortava, chorava e abortava. Covardemente insanamente.

Pe. Lodi! Avisa o ministro José Serra, que tanto clínicas particulares, como hospitais públicos, mantidos com o dinheiro do contribuinte, fazem abortos. Tranqüilamente, com equipe médica e tudo. Ele não precisa se esforçar por credenciar a rede pública. Eu fiz, eu estive nesses lugares. Fizeram sem perguntar o motivo. Agora querem que o estupro seja um motivo.

— Não precisa de motivos, o ser está indefeso!

Não se preocupem.

Porém a justiça vem depois. Ela é Divina.

Sei que sobrevivi; para dar testemunhos.

Os outros não sobrevivem, geralmente se suicidam.

Conheço pessoas que fizeram isso também, e por coincidência se suicidaram. (Coincidência é providência)

Também lembro, que na porta da entrada daquela maldita clínica, meu neném se contorceu na minha barriga. Hoje sei que foi um movimento de fuga.

Fugir para onde? É tão fácil matar inocentes!

Vocês não precisam de motivos, não usem o estupro para banalizar o aborto.

E assim foram, três seres barbaramente assassinados, cruelmente, quem sabe a falta que farão a humanidade!

E Deus continua a ter misericórdia de mim, pois um dia encontrarei estas três almas, e terei que mostrar a “minha” manchada por crimes. (Mais humilhações)

Pe. Se as pessoas soubessem o valor que possui uma alma, ainda mais uma alma limpa, não fariam tudo o que fazem. Eu mesma não teria feito, tanto!!!

Pe. Lodi, diga aos psiquiatras, que a cada ação horrenda minha, minha mãe sentia os reflexos. Hoje sei que aquelas bonecas que ela espalhava pela casa, seriam as minhas crianças que eu havia abortado.

Fala para eles que ela não era doente, fala para eles que ela não tinha AMOR, não tinha COMPREENSÃO, não tinha LAZER, não tinha DESCANSO.

É impossível relatar aqui todos os reflexos que ela sofria, não só por mim, mas também pelos meus irmãos.

Fala para eles, que eles com o diagnostico sem a luz de Deus, matam e não curam, prejudicam mas não ajudam.

Fala para eles que tem pessoas que matam o corpo, e que tem pessoas que matam a alma (estas pessoas são as piores).

Porém, Deus é testemunha que na minha primeira gravidez eu já sonhava com o berço do meu filho. (Berço só, pois o quarto teria que ser o meu).

Meu namorado não queria casar, queria juntar-se. Eu num lampejo de graça, tive o ensinamento de minha mãe que se deve casar na igreja. (Meu pai não reconhece os Padres em toda a sua autoridade, não sei o que aconteceu para ele não ter o dom da fé).

Rompi! Era casar ou não (pela primeira vez pensei! Se as outras moças merecem casar-se na igreja porque eu não!)

Comecei a dura volta.

Não me queriam em casa, mas assim mesmo fiquei.

(É triste!)

As forças começaram a me faltar, tive dias que o movimento das mãos, ou seja levantar um dedo, me cansava. É a mais pura verdade! A noite era pior, o sono me extenuava.

Lembro Pe. Lodi, que em um dos meus sonhos, que eram na verdade pesadelos, NSRA. do Perpétuo Socorro enviou dois anjos enormes me socorrer, pois alguma força estava me atacando.

Um bom médico me atendeu, explicou-me que retirar uma criança do útero é fácil, mas que infelizmente retirá-la do nosso pensamento não. Também me instruiu a fazer uma tentativa de reconciliação com o dito namorado. Obedeci, mas graças a Deus ele não quis. (Até humilhou-me).

Minha mãe aconselhou-me a confessar-me. Foi o que fiz.

Porém também não foi fácil conseguir chegar aos pés de um sacerdote. Mas consegui. E lentamente, a vida foi me voltando.

Hoje digo.

Amava meus pais, pedi a NSRA. a honra do matrimônio, para poder cuidar deles. (Apesar de não querer namorar mais pessoas ruins, tinha cuidado então).

Ela mandou-me, na minha casa (meu atual marido). Veja Pe. Lodi, eu corria o mundo atrás de um marido e ele veio me conhecer na minha casa.

Porém, meu marido é pobre, sem instrução formal e a família não queria o casamento de jeito nenhum.

Até acharam que eu estava doente quando aceitei namorar, e queriam me internar. (Ah! Pe. ali eu senti o horror que minha mãe tantas vezes deve ter passado ao quererem, levá-la a um sanatório).

Sabe Pe. Lodi, meu marido tem o perfil de um excluído, da sociedade, mas é um homem que tem discernimento, e nós vamos vencer.

E assim foi, também sofria agora por querer fazer tudo certo, mas fui me fortificando.

Pedi o casamento: recebi

Pedi um filho: ganhei um, ganhei mais um. Meninos, pois não quero que eles sofram a perseguição que é maior para as meninas. Afinal, o mundo não quer MÃES!!!

Pe. Lodi. Agora luto pela família que tanto busquei.

Meu marido atualmente está em casa, cuidando dos filhos enquanto eu que consegui um emprego fixo, levo a maior renda para casa.

Temos consciência que um trabalho pelo salário mínimo é escravidão, então procuramos qualificar ele (cursos profissionalizantes), e agarrar a oportunidade que temos esperança que ela vai chegar. Às vezes ele consegue alguma empreita e vamos levando. Vão fazer nove anos de casamento, mas já temos nossa casa. Nosso filho mais novo, nasceu em meio ao desemprego de nós dois. Também não foi fácil. Mas ele é lindo, saudável e nosso!!!

Pe. Lodi, fala aos pais para amarem seus filhos, fala para eles que o fato de SER filho, já tem valor, que os filhos não precisem provar que podem obter algum título para então merecerem ser amados.

Pe. Lodi, fala aos pais que está muito difícil saber escolher, tem muita porcaria, tem muito mal exemplo, fala para eles auxiliarem seus filhos.

Pe. Lodi, tem muitas pessoas iludidas por: espiritismo, maçonaria e o escambau! Que os pais fortifiquem e trabalhem na formação religiosa de seus filhos, o resto é por acréscimo.

Um de meus irmãos já faleceu, de modo violento, mas foi em paz com Deus. Creio que se ele pudesse teria gostado de receber em vida um verdadeiro abraço de seu pai.

Pe. Lodi, não torno público o meu nome por causa da família, para não os escandalizar, apesar de que antes de casar contei a meu marido o que tinha feito, achei até que ele não ia me querer mais. Anos mais tarde ele me falou que casou comigo por eu ser “querida”.

No entanto utilize esse testemunho de vida na íntegra ou em partes. “Afinal a mídia, publica só o que lhe convém, temos que pagar pesado para vencer o que não é bom.

E se um dia precisar de mim para provar a veracidade deste testemunho atendo pelo apelido de LUMINA.

Sempre que possível acesso os SITES CATOLICOS.

Pe. Lodi, peço ao senhor oração para meus irmãos, eles também sofrem grandes tribulações e aos meus dois menininhos, quero que sejam felizes e honrados e se por graça alcançar que trabalhem na salvação das almas.

Tenha a certeza que tão logo possa, contribuirei materialmente para o Pró-Vida.

Paz e Bem a ti e seus irmãos

Fraternalmente

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